segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

O desagravo que não aconteceu, por indevida interferência do Poder Judiciário



Dias severos são esses por que passamos. Hoje os direitos individuais são vilipendiados, maltratados e ultrajados. Tudo sob a batuta do politicamente correto. Tudo de acordo com as vontades passageiras da turba.

Não nos enganemos, senhores.

Num país dividido pelo maniqueísmo mais primitivo, nós, advogados, seremos vistos como vilões, pois somos aqueles que defendem os direitos individuais contra a vontade do populacho, contra os interesses da malta desinformada, e principalmente contra o aparato repressor de um Estado que se agiganta, agiganta-se para amesquinhar a todos, mormente aqueles que o desafiam com o estandarte da Justiça.

Dias severos, porém gloriosos.

Poucas gerações de brasileiros, pouquíssimas pessoas tiveram, têm ou terão a oportunidade de fazer história, nela tomando partido, dela fazendo parte, ainda que seja, contrariando a tudo e a todos, só para gritar para que se crucifiquem a Barrabás. E dessa oportunidade, para que nós sejamos lembrados, não podemos olvidar aqueles que ombreiam conosco a luta diária da advocacia.

 E é por isso que a Ordem dos Advogados do Brasil, na presença de seu presidente, concede ao advogado César Augusto o desagravo por ele pedido contra o delegado Zezinho Filho, porque agredido fisicamente e preso indevidamente quando exercia sua profissão no dia 07 de outubro próximo passado.

A Ordem dos Advogados do Brasil não esquecerá qualquer de seus membros. Não deixará nenhum deles no covil dos leões estatais, que, rugindo, hoje arrogam a si o messianismo típico daqueles que levaram seus povos ao cadafalso, esquecendo-se que a situação atual seria outra se mais humildes fossem, se mais contidos estivessem, se de modo mais sereno se portassem.

Se não se portam como devem, excedendo os poderes que lhes foram por nós concedidos, maltratando o advogado que busca só e exclusivamente o direito confiado, serão publicamente apenados – por uma pena simbólica, é verdade, mas ainda assim uma pena – pela Ordem dos Advogados do Brasil, como é feito agora.

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