quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Lorena de Maria



Quando soubemos que nossa Lorena seria down, e que além de uma cardiopatia ainda tinha ventriculomegalia (problema que, se não corrigido, habitualmente acarreta a hidrocefalia), fomos procurar o que pensávamos ser o que havia de melhor na medicina do país. Nessa busca quase insana, deparamo-nos com a chefe da pediatria do mais renomado hospital brasileiro. E ela não teve dúvida ao sugerir o aborto. Claro que jamais assassinaríamos nossa filha. Corremos de lá.

Por um dos vários milagres que nos acompanham desde então, procuramos dois outros médicos: Dr. Antônio Moron e Dr. Sérgio Cavalheiro. Eles a operaram ainda no útero, na cabecinha dela puseram um pequeno dreno. E avisaram: quando nascesse, três dias depois, outro dreno teria de ser colocado.

Lorena nasceu. Passaram-se os dias e, feitos os exames, não foi necessário colocar o novo dreno.

Como havíamos sido agraciados poucos meses antes do nascimento dela com a visita a Paróquia São Sebastião da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, fiz a homenagem à mãe de Deus: Lorena passou a chamar-se Lorena de Maria.

A saga, no entanto, ainda não havia terminado. Faltava a cirurgia cardíaca.

Todos para Curitiba, para que Lorena de Maria fosse operada por um renomado cirurgião: Dr. Leonardo Mulinari.

A cirurgia foi um sucesso.

Voltamos para Campo Grande. Uma bronquiolite e outra broncopneumonia depois, Lorena de Maria passa muito bem.

É claro que o trabalho ainda não terminou, mas espero – e esperamos todos aqui em casa – que a parte mais difícil da estrada já tenha sido percorrida.

E de tudo o que passamos, uma coisa só tenho a dizer quando me perguntam como é ter uma filha assim: não sei, nunca parei para pensar nela senão como minha filha. E se ousarem indagar se valeu a pena, diria que um único sorriso dela justificaria tudo. Absolutamente tudo.

Ainda bem que, se Deus quiser, seu lindo sorriso nos iluminará por muitos e muitos anos.

Ps. Agradecemos de coração a todos os que nos ajudaram (e muito) nessa jornada. Estarão sempre em nossas orações.