sábado, 18 de outubro de 2014

Lúcifer e a revolução

Lest we forget at least an over-the-shoulder acknowledgment to the very first radical: from all our legends, mythology, and history... the first radical known to man who rebelled against the establishment and did it so effectively that he at least won his own kingdom — Lucifer.

Saul Alinsky dedica seu Rules for Radicals a Lúcifer. Não é brincadeira. Nem minha. Nem dele. E ele tem razão ao apontar Lúcifer como o primeiro revolucionário. E também ao afirmar que a rebeldia de Lúcifer lhe deu um reino. Não o reino que ele queria; mas ainda assim um reino.
Interessante! Interessante porque verdadeiro. Da ordem à desordem. Mas à desordem a mim submetida. Assim pensam todos os revolucionários, desde o primeiro.
A ordem da realidade, a ordem da realidade tal qual estabelecida por Deus, não interessa a Lúcifer ou a qualquer outro revolucionário, pois o sonho de todos eles é ocupar o trono de Deus. É ser como Deus. Ainda que seja um Deus da desgraça, da miséria, da feiura, do fedor, da tragédia. Ainda que seja Lúcifer!
Querem-se Deus, esses revolucionários. Não admitem a ordem. Não admitem a hierarquia. Não admitem nada que os coloque nos seus devidos e baixíssimos lugares.
E tal qual Lúcifer, tentam, os revolucionários, levar-nos a admitir essa ideia como a salvação. Como Lúcifer, os revolucionários têm seu público cativo. São os covardes frustrados. Frustados, pois também não admitem a ordem da realidade. Covardes, pois não têm a ambição de assumirem-se Deus. Fazem-se seguidores desses que audaciosamente querem a si tudo submeter, então.
Desde o primeiro revolucionário ao último, todos eles manifestam a intenção de que outro mundo é possível. Só que omitem que só admitiriam um outro mundo em que eles próprios, Lúcifer e os demais revolucionários, seriam Deus. O resto, seus seguidores ou não, todos nós, passaríamos de escravos da ordem divina a seus escravos particulares.

Infelizmente, nesse processo, de fazerem-se Deus substituindo-se àqueles que anteriormente o fizeram, colocam o mundo numa interminável revolução.