sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O Sonho do Celta - Mário Vargas Llosa

Reclamei com minha esposa, recentemente, que havia algum tempo que não lia um bom romance.
Instigado pelo prêmio Nobel concedido a Mário Vargas Llosa, comprei e li “O Sonho do Celta”.
Trata-se realmente de uma bela obra, ainda que não seja sensacional.
O trajeto de Roger Casement, da Irlanda à forca, passando pela África e pela Amazônia peruana, traça um roteiro muito bom para quem é um ótimo romancista; o qual, por conta de sua excelência, consegue extrair dos dilemas morais e das aventuras dessa personagem uma narrativa na qual intercala fases diferentes da vida dela sem quebrar a espinha dorsal da obra.
Engraçado que hoje os dilemas morais de Casement chamem tanta atenção.
De fato, trata-se de um homossexual com arraigada – mas durante muito tempo renegada – fé, que, como o bom-ladrão, tenta converter-se no último suspiro de uma existência dedicada à humanidade. Dedicada não à humanidade abstrata dos socialistas, mas à humanidade na qual Casement estava inserido, ainda que momentaneamente.
Casement viveu uma vida que, na pena de Mário Vargas Llosa, vale a pena ser conhecida.